
Estamos em ano eleitoral e após o período de filiação partidária, com
a famosa dança das cadeiras, onde os políticos mudam de partidos
utilizando a “janela partidária” para os mandatários em reeleição,
inicia-se o período de pré-campanha eleitoral.
A legislação eleitoral flexibilizou a atuação dos pré-candidatos,
que, agora, podem participar de entrevistas, debates e reuniões com o
escopo de expor suas plataformas de governo e projetos em prol da
população, além de garantir aos mandatários a prestação de contas dos
seus mandatos.
Na realidade, restou suavizado o conceito de propaganda eleitoral
antecipada para restringir a vedação ao pedido expresso de votos e
referência ao número de candidaturas, na forma prevista no art. 36-A da
Lei 9.504/97.
A mudança está valendo desde a última eleição, tendo a minirreforma
eleitoral ampliado, ainda mais as possibilidades de exposição dos
pré-candidatos até o dia 15 de agosto, momento em que devem ser
realizadas as convenções partidárias.
Assim, não se considera propaganda eleitoral antecipada, desde que
não envolvam pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a
exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos, que poderão ter
cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via internet.
As emissoras de rádio e televisão, por serem concessões públicas,
devem manter o caráter isonômico aos candidatos, respeitando a
proporcionalidade partidária, prestigiando todas as facções políticas
sem privilegiar qualquer legenda. Sendo vedada a cobertura jornalística
ostensiva de prévias ou reuniões partidárias.
Nas redes sociais e blogs, a divulgação e profusão dos nomes dos
pré-candidatos já estão de vento em polpa, com materiais publicitários
sendo confeccionados, tudo vindo a ser as expensas dos próprios
interessados, ressalvado os atos políticos de adesões e demais reuniões
internas dos próprios partidos políticos, com objetivo de divulgar
ideias, objetivos e propostas partidárias.
A mudança legislativa foi bastante racional e prestigia o princípio
da intervenção judicial mínima da atividade político-partidária. Não
olvidando do arrefecimento das formas de arrecadação de recursos para
campanha eleitoral e a diminuição pela metade no período de propaganda
eleitoral efetivo.
Cabe à sociedade civil fiscalizar a atuação dos pré-candidatos para
melhorar os representantes e consequentemente nossa representação no
parlamento e no executivo. Ao Ministério Público Eleitoral cabe
fiscalizar junto com os Partidos Políticos. Instaurando um verdadeiro
sistema de freio e contrapesos das legendas. Por sua vez, ao Judiciário
cabe ter serenidade para manter o máximo de equidade no processo
eleitoral.
Portanto, pré-candidatos, neste momento, muito pode ser feito para
divulgação de sua imagem, desde que não haja pedido expresso de votos.
As redes sociais é caminho barato e livre para exposição de seus
posicionamentos políticos, projetos e plataformas de campanha.
A postura séria, ética e voltada para a verdade é o que se espera dos
políticos, já que a sociedade está cansada de corrupção e dos
constantes ataques à dignidade humana. A esperança é que, nestas
eleições, o voto seja mais livre e a influência econômica não surta
efeitos contrários aos ideais de uma coletividade mais justa.
Na realidade, participação política não se resume ao exercício do
direito de votar e ser votado, antes exige uma constante renovação dos
debates para trazer ao processo eleitoral questões relevantes a
população.
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