Desde
o início do isolamento social para frear a curva epidemiológica do novo “corona
vírus”, a advocacia tornou-se mais difícil do que antes.
Aqui
não se faz comparação com qualquer outra profissão, mas apenas apontam-se
algumas agruras de parte dos advogados paraibanos.
Os
Tribunais várias medidas foram tomadas com vistas a manter a prestação
jurisdicional essencial para o estado democrático, entretanto, sem levar os
servidores do judiciário ao risco de contaminação.
Virtualmente
foi distribuído listagem com os números chefe dos cartórios e diretores de
secretaria, mas infelizmente ainda são poucos os juízes que liberaram seus
números para que os advogados possam contactar com vista a postular celeridade
em processos urgentes.
Quanto
as audiências de justificação, oitiva de testemunhas e partes estão todas
paralisadas. Nesse ponto parte significativa da advocacia está sem poder
trabalhar, principalmente os que trabalham como advogados correspondentes,
protocolando petições em processos físicos e realizado audiências.
Por
outro lado os processos voltaram a tramitar, com os funcionários sem atender
pessoalmente partes e advogados e sem tramitar processos físicos facilitou o
destravamento das ações judiciais que há meses estavam paralisadas, sem cumprir
decisões e despachos.
Os
Juízes continuam a analisar os pedidos de tutela de urgência (liminares) e
sentenciar processos, enquanto nos tribunais as sessões são virtuais com os
magistrados fazendo seus votos em sessões pela internet.
O
Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, ante a ausência de suspenção dos prazos
processuais, devido as eleições de 2020 (Resolução 313 do CNJ), continua a
realizar julgamento normalmente, enquanto o Tribunal de Justiça da Paraíba
continua se organizando para realização de sessões virtuais.
Nas
varas criminais seguem o mesmo sistema das cíveis, com uma diferença, pois a
maioria dos feitos são físicos, e, portanto, estão paralisados, só habeas
corpus, mandado de segurança criminal e pedidos de revogação e relaxamento de
prisão.
Alguns
colegas relatam dificuldade para advocacia criminal e no cumprimento de
liminares, mas esse tema varia de cartório a cartório. No mesmo norte
encontram-se a expedição de alvarás, precatórios e RPV’s, tendo alguns
cartórios letargia para cumprir as decisões e as instituições bancárias criado
embaraço nos primeiros dias de isolamento.
Um
dos setores mais caóticos da Justiça Comum é o setor de cálculo e
contabilidade, sendo praticamente o terror para os causídicos, quando o
magistrado despacha enviando os processos para cálculos.
Com
milhares de processos empilhados, segundo informações, existem cálculos para
serem realizados a mais de 5 anos, sendo esse realmente é um dos “calcanhares
de Aquiles” do TJ-PB, precisando urgentemente de mutirão.
No
direito de família o Covid-19 trouxe prejuízo, pois o isolamento e distância
entre pais e filhos, que aguardam a guarda compartilhada ou alternada, vem
prejudicando a vida dos menores. Pior
ainda nos casos em que existe litígio pela guarda, ou ainda não houve decisão
judicial a respeito.
Por
fim, as serventias cartorárias estão trabalhando sob o modo virtual, com
aumento substancial da realização de testamentos e pactos nupciais, sem falar
na realização de inventários e partilhas extrajudicias.
Para
o Brasil nada mais nefasto do que no curso de uma crise econômica aguda, se
deparar com uma pandemia de proporções devastadoras, com comércio e empresas
paralisadas, ocasionando uma queda substancial no padrão de vida dos
brasileiros.
Em
que pese o cenário caótico para a advocacia paraibana, o saldo não é tão
negativo, tendo a virtualização dos processos sido decisivo para minorar os
prejuízos.
O
momento é de ficar em casa com isolamento social evitando o colapso do sistema
de saúde, que na Paraíba é muito precário. A ordem é preservar e salvar vidas,
ficando a esperança que o Judiciário auxilie a advocacia fazendo sua parte,
expedindo alvarás, precatórios e rpv’s com maior agilidade.
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