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Na Sessão Plenária do Tribunal de Regional Eleitoral da Paraíba de
ontem um dos processos passou desapercebido da mídia, foi o Mandado de
Segurança do Suplente de Vereador da Câmara Municipal de João Pessoa,
Carlão do Cristo, que pedia para tomar posse até o julgamento de Ação
tramitando perante o TJ-PB.
O Vereador contratou o Advogado, Marcos Souto
Maior Filho, para que perante a Justiça Eleitoral fosse decido sob seu
exercício imediato do mandato até que seja resolvida o incidente de
inconstitucionalidade levando pelo Des. Leandro dos Santos perante o
TJ-PB.
Carlão do Cristo havia solicito ao Juiz da 64ª Zona
Eleitoral, quem expediu o diploma de 1º Suplente, garantir-se a decisão
da Justiça Eleitoral que determinou a expedição do diploma ordenando a
posse imediata.
Nas redes sociais Marcos Souto Maior Filho,
advogado de Carlão do Cristo disparou: “Não é lógico que a Justiça que
expede o diploma eleitoral, seja incompetente para garantir sua execução
e higidez.”
O primeiro obstáculo para a defesa de Carlão do
Cristo foi ultrapassar a jurisprudência da Justiça Eleitoral que durante
décadas entendia ser de competência da Justiça Comum o julgamento de
causa sobre sucessão por morte ou renúncia de parlamentares.
Durante
o julgamento o TRE-PB preliminarmente entendeu a unanimidade que a
matéria é de competência da Justiça Eleitoral, tendo, se abstido de
votar o Des. José Ricardo Porto, vice-presidente da Corte Eleitoral.
No
mérito o Tribunal entendeu que não poderia dar posse ao Vereador, pois a
decisão do Juiz da 64ª Zona Eleitoral, Dr. Fábio Leandro, não seria
ilegal, já que vazada em interpretação até então pacífica da Justiça
Eleitoral.
“Assim, ao contrário do que alega o Impetrante, o seu
direito de assumir a vaga deixada pelo ex-vereador Eduardo Jorge Soares
Carneiro não foi violado pela decisão proferida pela autoridade apontada
como coatora, eis que ao decidir o pedido de posse nos autos do
processo de diplomação aquela autoridade apenas entendeu, amparado pela
lei e jurisprudência existente, faltar-lhe competência para tal.”
Asseverou o Relator Arthur Fialho no TRE-PB.
O TRE-PB reconheceu a
constitucionalidade do parágrafo único do artigo 112 do Código
Eleitoral, e, inclusive o direito de Carlão do Cristo, mas não deu
concedeu a ordem para coloca-lo no mandato.
“Desse modo, o 1º
suplente da coligação é 1º suplente para ocupar a vaga do titular eleito
pela coligação, obedecendo-se a proclamação dos resultados das eleições
e a diplomação dos suplentes, na ordem definida naquela.” (Voto do Dr.
Arthur Filho)
Ouvido pelo Portal o Vereador Carlão do Cristo disse que não se
pronunciaria sobre a matéria, pois estavam entregues aos seus advogados:
“Esse tema tem me deixado muito triste, sou uma pessoa simples e do
povo que se vê injustiçada. A matéria esta com os meus advogados e
confio neles.”
O
advogado de Carlão do Cristo, Dr. Marcos Souto Maior Filho, disse que
irá recorrer para o Tribunal Superior Eleitoral e esta confiante de uma
decisão favorável. “Particularmente não vejo a possibilidade de impedir
por liminar a posse de um parlamentar eleito. Carlão do Cristo é
primeiro suplente e esta com seus direitos políticos sem qualquer
restrição. Se desejam discutir constitucionalidade ou teses que façam
com ele no cargo, a presunção é de legitimidade da norma e do diploma
expedido pela Justiça Eleitoral.”
Para a defesa de Carlão do
Cristo, sendo a Justiça Eleitoral competente para tratar dos casos de
sucessão por morte ou renúncia, não existe logica de aguarda a
tramitação de incidente de constitucionalidade no TJ-PB.
“Além de
ser incompetente para julgar essa matéria a Justiça Comum esta causando
prejuízo a Carlão do Cristo, quem vai se responsabilizar pelos 6 meses
de mandato perdido. Parte da população pessoense está sem representação
da casa que tem 27 vereadores, mas a mais seis meses apenas 26 exercem a
função. Há prejuízo politico e econômico. Vamos ao TSE.” Finalizou
Marcos Souto Maior Filho, advogado de Carlão do Cristo.
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