Em uma das
minhas viagens à Capital Federal me deparei em uma daquelas revistas
promocionais com um artigo intitulado “Ser pai!”, tratava-se de uma abordagem
social feita por um sociólogo que não recordo o nome, na realidade tinha pouca
profundidade, mas uma frase em especial ficou gravada em minha mente: Você só aprende a ser
filho, quando se torna pai, e a ser pai quando já é avô!
O tempo passou e
todo dia dos pais essa frase martela em minha cabeça, me fazendo repensar
muitas atitudes educacionais dos meus filhos, sempre tentando me espelhar no
exemplo lapidar do meu velho pai, Des. Marcos Souto Maior, que tanto admiro.
Mas o que vem a ser PAI?
Para mim, ser
pai é ser paciente e perdão;
Ser pai é
educar, corrigir e lutar a cada dia pelo bem estar dos filhos;
Ser pai é chegar
cansado e ajudar nas tarefas, e em verdadeiro terceiro turno de trabalho, após
isso tudo ainda contar o mesmo conto de história de sempre;
Ser pai é
brincar, ser herói sem ser;
Ser pai é dar
atenção as coisas que já sabemos e conhecemos, como senão soubéssemos o que é;
Ser pai é ouvir
as mesmas coisas várias vezes, como se nunca tivesse ouvido;
Ser é ficar
feliz com as vitórias e triste (sem eles perceberem) com as derrotas;
Ser é incentivar
e dizer que o que importa e participar, pois com o passar do tempo eles ficarão
melhores ao ponto de vencer em primeiro lugar;
Ser pai é dar
tudo que tem e lutar pelo que não tem para não deixar faltar nada a eles;
Ser pai é
primeiro pensar neles e depois, na verdade, bem depois lembrar que existimos;
Ser pai é ser
injustiçado pela “adolescência” deles, e pacientemente aguardar que a vida os
ensine o que não conseguimos mostrar e ensinar;
Ser pai é ter
certeza que eles quebrarão a cara e se decepcionarão, mas ser forte para
deixa-los aprender com a vida;
Ser pai é
reclamar forte e depois chorar como uma criança, angustiado por corrigir o
filho;
Ser pai é viver
intensamente e sempre lembrar deles como se ainda fossem crianças, mesmo depois
de adultos e independentes;
Ser pai é saber
que depois de todo o esforço, de toda a luta, eles nos deixaram, pois na
verdade foram criados para o mundo;
Finalmente, ser
pai é poder chorar baixinho e apesar de tudo achar que poderia ter feito mais!
Agora que sou
pai de três filhos, noto que realmente o MEU estava sempre certo, em reclamar,
em ficar vigilante, em incentivar, em criticar, em corrigir e castigar, muitas
vezes com a restrições ao que mais desejávamos naquele instante.
Na verdade o que
sinto saudade é de correr para os braços do meu Pai, pedi-lhe conselhos, sentir
sua voz acalentando meu choro e conter meus excessos... que saudade! Não que
ele não esteja comigo, pois graças a meu bom Deus, privo do seu convívio
diariamente, mas hoje o papel inverteu e são os meus filhos que esperam isso de
mim, mas não sei vocês (os outros pais), pois mesmo após mais de dezoito anos
de vida do me primeiro filho, ainda me sinto tão inexperiente e receoso do
mundo, com medo do futuro, com medo do amanhã, não pelo que a mim pode
acontecer, mas pelo que pode acontecer a eles nesse mundo injusto e perigoso.
E nesse misto de
medo e coragem, hoje acordei e fui direto ao encontro do meu pai, para dizer
muito obrigado, por ser meu herói. Ao final com um simples e afetuoso abraço
forte que recebi, recarreguei minhas energias e forças, para seguir o
sacerdócio de ser pai, na humilde certeza que não sei ser pai como o meu foi
para mim!
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