Tenho assistido estarrecido a crise que
vem passando o meu país. Ultrapassando todos os limites possíveis e imagináveis.
A República esta doente, marcada pela ausência de credibilidade política,
administrativa e financeira, levando a afugentar a maioria dos investidores.
O Supremo Tribunal Federal vem sendo o
divisor de águas e realiza a passos lentos a limpeza que a Nação não logrou
realizar.
Foram muitos os movimentos de combate à
corrupção, mas o povo, mesmo assim, reelegeu as velhas raposas do poder. O
dinheiro e o patrimônio cuidado por políticos que pouco interesse tem com o
erário.
As mentes brilhantes, os pensadores e as
principais figuras éticas da nação desmotivadas com o estado de coisas que
assolam o Brasil, veem distante o retorno da credibilidade, maximizada por uma
crise adubada pelo interesse dos que como abutres desejam, a todo custo, voltar
ao poder, e aos antigos aliados do Planalto que desejam e tomaram conta da
Nação.
O futuro é incerto, as perspectivas não
são as melhores, mas o Brasil é forte e logrará sair desse buraco criado pelo
desgoverno aliado a corrupção enraizada nas instituições de poder em todas as
suas esferas e níveis.
O Presidente do Conselho Federal da OAB,
Dr. Cláudio Lamachia, em recente entrevista publicada no site oficial da OAB,
destacou que os recursos que escorrem pelo ralo da corrupção estão faltando em
políticas públicas básicas, concluindo que “mais
do que a crise econômica e política, estamos numa crise ética e moral sem
precedentes.”
O Brasil atualmente padece com um
governo central frouxo e sem legitimidade; um parlamento conservador e afável
ao abuso do poder econômico; um judiciário vaidoso; e uma imprensa
tendenciosa e manipuladora.
Esse estado de coisa leva a total
desânimo e decepção da população, que não vê nenhuma luz no fim do túnel. Longe
de querer defender o caos total e a impossibilidade de crescimento econômico e
político do Brasil, mas essa combinação aqui desenhada é uma bomba atômica para
qualquer república.
Desde a redemocratização o Brasil, vem,
gradativamente, aumentando em progressão geométrica as desigualdades sociais,
sempre temperadas com a degradação moral das instituições. Na ditadura, segundo
estudos e informações, quase tudo era do mesmo jeito, com uma diferença, as
coisas eram “por baixo dos panos”.
Recentemente o Jornalista, Antonio
Augusto de Queiroz, apresentou virtuais aspectos positivos dos governos dos
últimos dez anos, asseverando existente redução
significativa da cultura do segredo, até então a tônica da República. Para ele
tal constatação filia-se a aprovação de normas voltadas para ampliar a
transparência, o controle, o acesso à informação e o combate à corrupção,
listando: Lei da Transparência, que obriga a divulgação, em tempo real, dos
gastos governamentais nos três níveis; Lei de Captação Ilícita de Sufrágio; Lei
da Ficha Limpa; Lei Geral de Acesso à Informação; Lei de Combate à Lavagem de
Dinheiro; Lei de Conflito de Interesse; Lei de Responsabilização da Pessoa
Jurídica ou Lei Anticorrupção; Lei da Delação Premiada; Emenda Constitucional
do voto aberto na cassação de mandatos e apreciação de vetos; dentre outras.
Nem mesmo esse cabedal de normas
conseguiu minorar o drama da crise moral e ética que assola o Brasil e, não
poderia ser diferente, porque não se resolve uma crise ética e moral,
cartorialmente, editando leis.
Essa realidade é desesperadora, ao mesmo
tempo em que desanima, a população de todos os níveis, não há um único fio de
confiança. É sempre latente a sensação de que quem entrar vai se corromper.
Meu filho mais velho, homônimo, me
perguntava certo dia: “- Pai, o que será
do nosso País? Todo mundo é ladrão? Teremos futuro? Acho que as coisas estão de
mal a pior!” Estávamos viajando e demorei um pouco a responder, mas em meio
ao silêncio, pontuei: - Meu filho, o futuro do nosso país está ao meu lado. Nós
só temos esperança na juventude que assiste estarrecida essa bandalheira e
indecência. São vocês, os jovens, que salvarão nosso Brasil. Não desanime! As
coisas historicamente já foram piores.
Esse é o retrato recortado e sem
aprofundamentos do sentimento da população em geral, que não acredita nos
políticos, gestores e governantes. Com a imprensa, muitas vezes, fazendo o povo
de marionetes e o Judiciário, por sua vez, tentando ser o salvador da pátria,
contudo, com sérios problemas internos. Prefiro ficar com o velho adágio
popular: A esperança é a última que morre!